A História Transnacional enfatiza questões para o qual o país, o Estado ou a Nação não são os principais atores de interação ou conflito.Em outras palavras, propõe deslocar a Historiografia Tradicional (que se atém as relações nacionais, politícas e econômicas momentos espetaculares) em favor de uma perspectiva de alicerce cultural dando atenção nas influências e intercâmbios entre diversos agentes transnacionais – que exercem influência onde quer que estejam, independente de sua nacionalidade, e que também são influenciados da mesma forma.
A compreensão da Circulação Cultural maximiza a compreensão sobre a permeabilidade de fronteiras, ou seja, a História Transnacional é correspondentes direta de um circuito em que existem muitas redes de contato, intercâmbios e várias formas de compromissos e identidade, Não sendo uma História composto de um ponto de origem, pois ela se entrelaça em redes de contato e influências.
Dessa forma, a História Transnacional não é um fim em si mesma. Só pode ser, senão, um meio para a explicação racional dos comportamentos e influências entre atores internos e atores externos a um determnado contexto nacional, superando o nacionalismo metodológico.
Portanto, para compreender um agente na História Transnacional é necessário enteder como ele é influenciado por agentes externos, como ele influencia outros agentes, como as relações de influências e intercâmbios se constroem e como, por último, é construída, diretamente ou indiretamente, um Identidade Coletiva Transnacional.
É importante, destacar que para a difusão desta abordagem historiográfica, além de sua teorização, fazem-se fortalecidos historiadores (sociólogos, filosofos, militantes, etc) Latino Americanos. Sendo a América Latina a maior influenciadora deste tipo de análise.
Construindo uma análise transnacional e interamericana, deslocando a Históriografia Tradicional europeizada e estadounidense, ao produzir uma análise sob a perspectiva das relações e influências – organizacionistas, culturais, discursivas, políticas, sociais, artísticas, progandísticas, etc – entre agentes da Amérca Latina e agentes externos, observando sua ação comum para além das fronteiras – físicas, virtuais, espaciais, temporais, materiais -, sendo, portanto, transnacionais.
À vista disso, a História Transnacional corresponde (mas não só) a análise da longa história de intercâmbio e colaboraçõao entre movimentos sociais de todo o globo. Sendo, então, os movimentos sociais transnacionais existem diversos atores fazendo parte de uma cadeia locais, regional, nacional ou transnacional,que constroem uma mesma identidade envolvidos por uma pauta comum, numa parte de ação comum que atravessam fronteiras e tencionam alterações no sistema global de dominação.
Desta forma, é tão assertivo dizer que o anarquismo é e sempre foi transnacional, qual dizer que o anarquismo é e sempre foi de extrema-esquerda.
Situado em 5 continentes, durante seus 150 anos de existência, com relações de influêncuas e intercâmbios de militantes e trabalhadores. Inserido em todas, se não na maioria, das conquistas dos trabalahdores e trabalhadoras em todo o globo, em maior ou menor grau. O anarquismo, por sua rede de contatos, apoio mútuo, solidariedade, pautas mútuas e vínculos comuns constitui uma força transnacional. E por ser um movimento social transnacional só pode ser analisado sob uma perspectiva transnacional.
Tanto quanto sendo reconhecido como um ator sociopolítico para além das fronteiras mesmo pelas forças de dominação que desde o século XIX fomenta uma coordenação intternacional (entre os governo) de enfrentamento ao anarquismo com a criação de agências de controle nacionais, vínculos, e arquivos de vigilância para coibir a força de ação de uma rede amorfa e indefinidade que cruza fronteiras há 150 e tem presença em países como:
O México, a Espanha, a Ucrânia, a Manchúria, a Argentina, a Bolívia, o Brasil, o Chile, a Colômbia, a Cuba, a França, o Paraguai, o Peru, o Portugal, Uruguai, África do Sul, Alemanha, Argélia, Austrália, Bulgária, Canadá, China, Egito, Equador, Estados Unidos, Grécia, Inglaterra, Itália, Japão, Namíbia, Nigéria, Nova Zelândia, Rússia, Suécia, Venezuela, Zâmbia, Zimbábue, Bielo-Rússia, Camboja, Cazaquistão, Cingapura, Estônia, Finlândia, Guiana-Francesa, Guiana, Índia, Islândia, Bangladesh, Letônia, Líbia, Lituania, Marrocos, Moçambique, Nicarágua, Quênia, Romenia, Tailândia, Tunísia, Uganda e Vietña.
Um rede anarquista que se conecta por meio de grupos de atividades, sindicatos revolucionários, centros sociais, grupos de afinidades e de solidariedade como:
A CNT e a FAI, na Espanha; a FORA e a FACA, na Argentina, a FOL na Bolívia; a FORJ, a FOSP, a COB, a FOB, a UNIPA e a CAB, no Brasil; a UAP e a FAI, em Portugal; a FORCH e a FEL, no Chile; a BR e o IWW, nos Estados Unidos; a FAU no Uruguai; a USI, na Itália, a FAB em Bangladesh; entre outras.
Um rede que, voltada a uma pauta comum, desenvolve uma ação comum em torno da propaganda e conscientização acerca a Revolução Social, com boletins, revistas, periódicos e jornais que se tornaram centros de discussões e debates entre anarquistas de todo o globo, como:
Regeneración, El Desmonte, Tierra y Liberdad, Mujeres Libres, La Protesta, La voz de la Mujer, La Batalla, la Battagglia, A Voz do Trabalhador, A Plebe, A Lanterna, A Revolução Social, L’ action Revolutionaire, Le Libertaire, Le Flembeau, Ummanita Nova, etc.
Essas rotas de discurso e materiais, permitiram a conexão de anarquistas em todo o contexto transnacional, rompendo barreiras e influenciando o movimento anarquista em sua totalidade, como:
Ricardo Flores Magón, Juana Mendoza, Anselmo Lorenzo, Buenaventura Durruti, Nestor Mackhno, Kutoku Shusui, Virgínia Bolten, Edgar Leuenroth, Maria Lacerda de Moura, José Oiticica, Domingos Passos, Neno Vasco, Edgar Rodrigues, Elisèe Réclus, Sadi Mohammed, Emma Goldman e – talvez o mais influente de todos – Errico Malatesta.
Desse modo, a História Transnaciona não é somente uma abordagemde explicação racional. O anarquismo é, em si, a própria História Transnacional. Existindo, por sua vez, graças as relações e influências de agentes transnacionais, o anarquismo não pode ser compreendido se não houver o entendimento acerca de sua rede de contatos e influências.
Podendo, assim, a partir da História Transnacional, afastar elementos que eram ambíguos precedentes do nacionalismo metológico. Permitindo uma História do Anarquismo pautada em suas articulação transnacionais para além dos limites de uma história engessada nas partcularidades nacionais.
De fato, o anarquismo ou é transnacional ou nada
Porque nenhuma fronteira do mundo pode barrar a Revolução Social
25 de janeiro de 2019 – O Companheiro R.
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