A Comunidad Del Sur foi criada em 1955, no Uruguai, preconizando unir teoria e prática. Promovem uma vida em que se inclui a tomada de decisões em coletivo, a economia comum, a educação comum dos filhos e crianças e a propriedade coletiva dos meios de produção. A fazenda não somente os provém de subsistência como também é didática. Participam de aulas para aprender métodos naturais de cultivar, sem o uso de nenhum produto químico. Outro tanto sucedem com as casas de barro, madeira e cipó. O método de construção está embasado nos ranchos tradicionais de campanha e a ajuda de um arquiteto chileno e um construtor e um carpinteiro de obras alemãs. Tem também uma padaria, onde trabalham para vender, e cedem ou alugam as casas ecológicas para reuniões de organizações de bairro ou sociais. Bem como constroem uma Editora e Imprensa com distintas publicações chamada Nordan.
Silvia Ribeiro, comprometida com as lutas anarquista, feminista e ecossocialista, expôs numa entrevista recente à Margareth Rago sua ideia do que é viver na comunidade: “A Comunidade sempre se viu como uma experiência social, baseada em alguma princípios que estão escritos (…) Para dar uma ideia, é como se existissem quatro princípios básicos: no político, nós nos definimos como socialistas libertários, no sentido em que concebemos uma estrutura política de participação na sociedade. No plano econômico, dizemos que somos comunistas no sentido real da palavra, isto quer dizer, de cada qual segundo sua capacidade, a cada qual segundo sua possibilidade, e isso tem a ver com a questão de que nós estamos contra a propriedade privada e de herença. Desde o ponto de vista social, elegemos uma forma social de tipo comunitário, que também é uma crítica a sociedade, à familía nuclear burguesa (…) A Comunidad Del Sur não tem sentido se não transforma a sociedade global, portanto, temos que fazer algo. Ela tem que ter um sentido de projeção, pode ser um modelo ou inspiração possível…Pensamos que em momentos de crises da sociedade e ao cair o socialismo autoritário (exemplos de Cuba e do Leste Europeu), as pessoas levantam a cabeça e buscam uma resposta a pergunta: “o que existe, no lugar disso?”.
01 – 03 – 2019