POR NÓS, PELAS QUE VIRÃO, PELAS QUE JÁ NÃO MAIS ESTÃO

Trazemos para celebrar o Dia Internacional da Mulher, a tradução do "Editorial" do número VII (de 13) da "Revista Mujeres Libres" que fora produzida, durante a Revolução Espanhola, entre maio de 1936 e outubro de 1938, pelo movimento "Mujeres Libres".

Não se trata mais de uma Evolução Gradual, nem de uma capacitação ou de uma consciência. Nem, tampouco, um interesse pelos problemas sociais. Nem muito menos de um briga entre capacidades masculinas e femininas. Temos dito muito vezes que a questão de independência é inseparável de sua independência econômica. Temos dito que “o lar” era, na maioria dos casos, um símbolo de escravidão. Temos suplicado a substituição de maquiagens e flertado por algo mais alegre, mais  sólido e duradouro. Temos insistido e insistiremos em uma nova orientação para as crianças. Temos afirmado que, desde que começou a luta, a mulher tem exercido uma atividade própria de seu século, que é valente e que é capaz.

Mas não se trata mais de nada disso. De nada disso nem separa nem em conjunto. Se trata de que todas as mulheres saiam sua independência, de seu “lar”, de suas próprias vidas. De que todas as mulheres sintam o instante responsável e criador. De que todas as mulheres formem unidade feminina de triunfo e progresso.

Os momentos que vamos viver são definitivos. Assinalarão qual das divergências há de ser a que se prolongue. Por sentimento, não passarão; Por razão, passaremos. Na História, na condição humana, no motivo final, que não pode ser negativo, passaremos – passemos ou não à ação -. E deste motivo vital positivo, deste constantes futuro, vamos partir. Não se trata de aumento de salários nem de direitos femininos mais ou menos reconhecidos, se não da vida futura. Da nossa intervenção ou orientação, como mulheres, na vida futura. Desde já cada mulheres de se transformar em um ser definido e definidor,  deve rejeitar as hesitações, as ignorâncias, as predileções. O fato é concreto: fascismo ou Revolução. E Revolução não significa de maneira alguma um “estar”, senão, um “ir fazendo” que transcende nossas ansiedades próprias, de nossas ilusões, e alcança a nossos filhos. Nossa vibração de hoje, nosso sucesso no arranque, formarão o núcleo do desenvolvimento futuro, da sólida e alegre existência de nossas crianças.

Não vacilem, mulheres. Envolvam a razão e o sentimento.  Prestem vossa colaboração na luta atual com toda energia e com toda urgência.

Não se tratam mais das clássicas consignas de luta. Se trata de que todas as mulheres sintam o instante responsável e criador.

Mujeres Libres